terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Menina, Mulher, Marina.



Oi? Tem alguém aí? Alguém?
Bom, faz quase um ano que eu não venho aqui. Lembro que criei esse blog com muita vontade, louca pra expressar tudo aquilo que eu sempre quis. As crises, as inutilidades, os desabafos, os gostos, tudo. E não parei de postar porque perdi essa vontade. Acho que parei porque a vontade cresceu mais ainda. Dá pra entender ou não? É, também não entendo direito. Mas acho que é isso mesmo. As crises, inutilidades, os desabafos, as vontades... Tudo cresceu durante o ano que passou e a cabeça, tão cheia de ideias, acabou deixando esse espaço vazio, já que ela andava tão confusa e desorganizada que não conseguiu, bloqueou, confundiu-se tanto que não quis demonstrar. Sei lá, sabe.
O fato é que realmente muito acontece em dez meses. A gente engorda, emagrece, toma uns quatro ou cinco porres, conhece algumas pessoas válidas e outras descartáveis, arruma um emprego que gosta e odeia ao mesmo tempo, assiste vários shows bacanas, termina o relacionamento mil vezes e retoma outras mil. Chora, ri e briga tantas vezes que se tivesse desabafado tudo nesse blog, ele já teria expirado ou explodido, de tanta coisa que teria sido escrita.
Mas se algo realmente importante aconteceu nesse tempo foi que eu finalmente tive que virar gente grande. E não por conta do trabalho, do relacionamento, das dívidas, da idade ou qualquer outro fator que fazem com que as pessoas cresçam consideravelmente, porque por mais que eu tenha vivido tudo isso, eu sempre quis ser menina, adolescente, que curte a vida acima de tudo, que chora por causa do amor não correspondido, que bebe todas na sexta-feira e passa o sábado inteiro de ressaca. Foi assim que eu sempre vivi, sempre gostei de ser assim, uma menina. Mas acontece que meninas crescem e, pasmem, elas podem – e viram – mães. Sim, mães. Igual aquela que sempre cuidou de mim, que aturou meus porres, que me deu dinheiro pra sair, que brigou comigo tantas vezes por não admitir que eu chorasse por garotos maus.
E eu que sempre achei que nunca ia virar uma dessas. Que ia ter três cachorros, um apartamento e um carro bonito. E, se desse sorte, ia ter um bom marido também. Mas nunca um filho. Um filho hoje em dia? Isso não se faz! É coisa do passado...Hum, não é. É coisa do presente e do futuro. Que dá medo, que ainda ta longe, que ta muito perto de acontecer. É, um filho. Ou melhor, uma filha. Marina. É a Marina que agora vai correr pros braços de uma mãe pra chorar por garotos, ela que vai tomar porres, que vai em vários shows bacanas e que também vai ter mil e uma ideias na cabeça tentando colocar todas em prática ao mesmo tempo. E eu? Eu vou ficar lá. Do lado dela. Tentando tirar algo legal de tudo isso que eu também vivi pra que ela possa (re)viver da melhor maneira possível. Eu, que há dez meses atrás, quando criei esse blog, ainda era menina, vou ser uma mãe. E daqui a dez meses, eu ainda vou ser uma mãe. E some aí mais dez meses e dez meses e mais dez meses, pra sempre. Daqui pra frente, minha cabeça tão cheia de ideias pode ter uma certeza. Vou ser mãe. Uma mãe cuidando de uma menina. Quem sabe um dia ela faz um blog também :)

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc vai ser uma ótima mãe! Adorei o texto. Felicidades sempre! beijos da Melina