segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sobre ser mãe

Até eu achei que tinha abandonado o blog de vez. Mas nove meses depois (dava até pra ter gerado outra criança, mas né - not) cá estou eu. Não que eu não quisesse ter sido mais assídua nesse tempo todo, eu queria sim. Queria ter feito um diário contando todas as aventuras e desaventuras de ser mãe de primeira viagem e até comecei vários posts nesse sentido, mas justamente por estar nessa viagem maluca, não consegui terminar nenhum deles.
Mas acho que agora posso pular toda essa parte e deixar que vocês vivenciem isso quando chegar a hora. Então, sobre ser mãe, eu só tenho uma coisa a dizer: emagrece.
Ok, não é só isso. Mas é uma boa notícia né? Também acho.
Enfim... O que eu quero mesmo dizer pra vocês é que nesse lance de ser mãe a gente aprende algo muito valioso. Aprende a ser realmente importante pra alguém e, melhor ainda, a ser responsável por esse alguém. E isso é maravilhoso pelo simples fato de se dedicar a algo que não diz respeito única e exclusivamente ao seu próprio umbigo.
De repente tudo aquilo que antes era prioridade pra você, passa a ser segundo plano na sua vida. Não que tudo deva ficar de lado, porque o objetivo também não é deixar de viver e enlouquecer. Mas a verdade é que agora tudo vem depois da Marina. Primeiro ela vai brincar, tomar sol, comer, fazer cocô, tomar banho e dormir. Daí sim, se sobrar um tempinho, eu posso começar a viver. E se ela precisar de mim, esqueço minha vida e volto correndo pra ela.
Falando assim parece até um sacrifício e realmente vão existir momentos em que você vai surtar, vai precisar dormir e se sentir exausta. Momentos bem constantes, esses. Mas quando você olha pro bolinho de carne com pernas sentado à sua frente, que te olha com olhinhos brilhantes e um sorriso delicioso, a vida volta a fazer sentido. E aí o cansaço passa e você percebe que não deixou as coisas que eram importantes pra você de lado, mas sim que ganhou a mais importante delas e que agora está tudo em seu devido lugar.

Claro que quando eu digo que 'tudo está no seu devido lugar' eu me refiro ao plano emocional porque, a essa altura da vida, deixar a casa arrumada é praticamente impossível e tropeçar em brinquedos quase inevitável. Mas quem disse que você dá bola pra isso? :)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Na cara do gol

Só falta chutar. Ou melhor, só falta nascer. E aí é só partir pro abraço.
É gente, a Marina tá chegando. Quarto pronto, bolsa da maternidade arrumada, lembrancinhas feitas, licença maternidade iniciada, cesárea marcada, amigos avisados. Tudo organizado. Quer dizer, quase tudo. Porque o coração e a cabeça nessas horas ficam uma bagunça só.
Quando a gente para pra pensar, parece que nove meses é muito tempo. Afinal, é quase um ano de espera e de novidades contínuas causadas pela gravidez. Boas e ruins, como eu bem já disse pra vocês algumas vezes. Mas aí, essa longa espera que parece não ter fim, simplesmente acaba. E agora eu vejo como, na verdade, tudo passou muito rápido. Talvez eu devesse ter aproveitado mais a gravidez, ter saído mais, comido menos, vivido os momentos de outra forma, não sei. Só sei que agora isso tudo vai ficar pra trás, porque a hora que eu tanto esperava chegou. Marina ta aí!
E agora como faz pra lidar com o medo da cesárea, com a preocupação de tudo correr bem, de a Marina nascer saudável e gordinha como a gente tanto deseja? Por mais que todo mundo fale o quanto o procedimento da cesárea é tranqüilo, acho que é normal pra toda mãe de primeira viagem esse sentimento de impotência e angustia em relação a isso. Mas claro que prevalece a fé de que tudo vai dar certo e as palavras de conforto dos amigos, tipo aquele que diz que ‘parto normal é como tentar evacuar uma melancia, então cesárea é bem melhor’. Né?
Além da ansiedade com o momento do parto, finalmente a ficha cai sobre o que vem depois (pelo menos parcialmente) e aí eu pensei: ‘Oi? Eu vou ser mãe? Vou criar e educar uma criança, um ser humano?’ Como assim, gente? Alguém me ensina como faz? Será que vou saber pegar no colo? Descobrir porque ela chora? Amamentar? Dar banho? Ensinar? Ah meu Deus, por favor, acudam!
Tô achando que ser mãe realmente é o maior desafio que existe, sabe. Acho que nenhum livro, nenhuma fonte de informação ou mesmo nenhum conselho de quem já é mãe, é capaz de fazer com que a gente perceba o que realmente vem por aí. Acredito que é só vivendo, errando e aprendendo que isso acontece. Que a gente aprende a ser mãe. Quero deixar aqui registrado que vou fazer o máximo, o possível e impossível, pra entrar pro clube das melhores mães do mundo. Dessas que dão orgulho, emocionam, são fortes e conseguem resolver qualquer parada. Quem sabe um dia eu dou até umas dicas pra vocês sobre como ser uma Super-Mãe!
Mas ok, o foco ainda é amanhã. O grande dia em que a espera termina e a jornada começa. Dia de Marina, em que a vida muda pra sempre e que você ganha outra, pra fazer mil vezes melhor do que a sua. O dia em que o medo e a ansiedade ficam em segundo plano e prevalece a maior felicidade do mundo, onde o único desejo é fazer aquele serzinho tão feliz quando você. E há de ser :)

domingo, 17 de abril de 2011

O pai-príncipe


Acho que eu sempre tive uma ideia meio distorcida em relação ao príncipe encantado. Talvez nem tão distorcida assim, já que sempre gostei de caras menos convencionais e com o tempo fui percebendo que uma boa parte das mulheres também prefere homens que fogem um pouco do padrão ‘cabelo lambido’ que a sociedade gosta de valorizar. De qualquer forma, desde quando a gente é criança, imaginamos que o futuro marido vai ser perfeito como aquele cara do filme, aquele ator lindo ou aquele integrante de boy band (aquele que hoje em dia bate na mulher e está na rehab). Se você é como eu e sempre foi uma boa menina, devia pensar desse jeito e se perguntar onde é que você iria achar um cara assim, tão perfeito.
O fato é que realmente o clichê de que ninguém é perfeito é verdadeiro, mas é possível sim encontrar alguém que preencha todos os requisitos necessários para um príncipe como aquele que você sonhava aos 11 anos de idade e que, ao longo da vida, depois de várias desilusões, achou ser inexistente. O problema é que temos tendência a tornar as coisas muito mais difíceis do que são e de vez em quando acaba batendo uma cegueira em relação aos relacionamentos que sempre nos leva pro cara errado que parece certo e não pro certo que parece errado. Entendem ou to confundindo vocês?
Bom, é tudo muito simples. Tudo que eu quero dizer é que príncipes existem e o pai da Marina é o meu. Um príncipe totalmente fora do convencional, que tem os cabelos bagunçados, é barbudo, usa óculos de grau, é pançudinho e tem o bronzeado de um floco de neve. Lindo, doce e desajeitado que só, tem me mostrado todos os dias como a amizade, cumplicidade e bondade são fatores fundamentais pra um amor crescer e perseverar a cada dia e que essas sim, são características de um relacionamento e de um cara perfeito.
Claro que nossa história nem sempre foi bonita. Aliás, é agora que a beleza dela vem acontecendo, pois mesmo com várias diferenças, brigas, idas e vindas, aprendemos a valorizar o que é realmente importante e vamos caminhando pra passar todo o amor e companheirismo que pudermos para a Marina. Inclusive, espero que ela tenha muita coisa do pai. Sua inteligência, criatividade, generosidade, humildade e, se possível, a responsabilidade com as finanças e o cabelo macio :P
De minha parte, vou fazer o possível pra que ela aprenda desde cedo a reconhecer o que é importante na vida, para que siga confiante de que o amor é algo simples e possível, para que tenha a certeza de que príncipes existem. Podem não ter o cavalo branco e o peitoral definido como os das historinhas, mas fazem rir, gostam de rock e têm o abraço mais gostoso do mundo. São amigos, leais e companheiros daqueles que você pode contar pra vida toda.
É, a Marina tem sorte. O pai é um príncipe. E vocês não têm dúvidas de que a mãe é uma princesa né? (hihi) O melhor disso tudo, é a certeza que a herança dela vai ser a mais rica que se pode ter: todo amor que houver nessa vida :)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sofrer é normal

  Se você não gosta de ir ao médico, se evita marcar consultas, tirar sangue e fazer qualquer tipo de exame desagradável até que o seu corpo esteja suplicando por uma ajuda profissional... Não fique grávida! Isso mesmo. Eu já perdi a conta de quantas vezes fui ao médico nessa gestação, de quantos exames fiz e devem faltar umas três consultas pra fechar o pacote. E depois disso ainda vêm as consultas pós-gravidez e eu, que fui ao médico pela última vez quando tinha 12 anos e ainda ganhei um pirulito, vou acabar virando uma dependente nata do doutor.
O pior é que o médico, conhecido em seu mundo como Obstetra, se transforma de amigo para inimigo em frações de segundo. Você, que enxerga nele a única esperança para solucionar sintomas extremamente chatos e doídos que a gravidez proporciona, é obrigada a se conformar com seu pseudo-salvador alegando que tudo que você sente é normal. Nunca vivenciou isso? Seguem alguns exemplos para facilitar a compreensão:

Você, com aparência esverdeada – Dr. e esse enjôo que não passa? Não como nada, vomito 38 vezes por dia, não consigo nem tomar água.
Doutor – É normal.

Você, chorando de soluçar – Dr. estou morrendo de dor nas costas, não consigo mais trabalhar, nem fazer nada que exija ficar sentada o dia todo. O que eu faço?
Doutor – É normal.

Você, com olheiras profundas – Dr. estou tendo severas quedas de pressão, dor de cabeça e muita sonolência. Não consigo ficar acordada. E agora?
Doutor – É normal.

Ou seja, coitadinha de você que acha que o médico vai curar todos os males decorrentes da gravidez. Vá se acostumando com a ideia de que esse não é o trabalho dele. O trabalho dele é assistir todo o seu sofrimento de camarote e ainda dar risadinhas maldosas, do tipo ‘tadinha, mal sabe o que a espera’. 
Além disso, ele tem o grande poder de acabar com sua autoestima. Você vai saltitante e feliz para o consultório, cheia de orgulho porque ‘só’ engordou três quilos desde a última consulta e tudo o que consegue é levar uma baita bronca sobre como você está acima do peso e não pode nunca mais comer chocolate. Aí entra em cena sua mãe, que vai junto na consulta e resolve contar pro médico tudo que você faz de errado. Juntos, eles vão tornar esses minutinhos uma verdadeira tortura psicológica. Prepare-se para esses momentos e mantenha pensamentos positivos :P
...
Mas ok, depois desse desabafo de quem acabou de voltar de uma consulta, preciso confessar que, mesmo assim, agradeço todos os dias por ter um médico atencioso e preocupado com meu bem estar, ainda que seja desse jeito estranho e que em certos momentos eu não queira nem ouvir o que ele tem pra me falar. Devo dizer o quanto é importante alguém que seja exigente com seu peso, com seus exames e com a saúde de sua bebezinha. E mais, muito melhor ouvir que tudo que você sente é normal do que o contrário né?
Minha conclusão é que médico definitivamente não é a pessoa certa pra você pedir clemência. Ele está ali pra fazer um acompanhamento saudável da gestação e (infelizmente) não vai interferir nos seus sintomas ‘normais’ só porque você reclama. Então, essa parte do drama a gente faz pro namorido ou pra mamãe que, mesmo colaborando com a malvadeza do médico durante as consultas, sempre compra aquele chocolatinho proibido pra você comer mais tarde ;)